© Reinaldo Braga
Celebração de Corpus Christi
Corpo de Deus – este é o significado de “Corpus Christi”, celebração em que os católicos comemoram a presença real de Jesus Cristo no Sacramento da Eucaristia.
A festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula “Transiturus” de 11 de agosto de 1264. A definição da data de Corpus Christi é feita pela contagem do tempo determinado pela Igreja Católica Apostólica Romana – conta-se 40 dias após a Páscoa. Neste período, também se comemora Pentecostes (descida do Espírito Santo sobre os apóstolos). Uma semana depois, homenageia-se a Santíssima Trindade (Divino Pai Eterno) e na quinta-feira seguinte, celebra-se Corpus Christi.
Desde o século 13, a Igreja Católica promove nas comunidades religiosas o cortejo público, para prestar honras e glórias a Cristo, proclamando o Sacramento da Eucaristia. É o mistério que os santos teólogos e os pais da Igreja chamam de “Sol dos Sacramentos”.
A Procissão de Corpus Christi ocorre em várias cidades brasileiras. Esta é a oportunidade dos católicos apostólicos romanos proclamarem em praça pública, a Fé no “Mistério da Eucaristia”, ou seja, a crença de que a Hóstia Consagrada, na hora da Santa Missa, se transforma no Corpo e Sangue de Cristo.
O Concílio Vaticano II, em 1965, reforçou em suas propostas a necessidade de uma divulgação maior da Festa de Corpus Christi. As famílias católicas, desde então, seguem um costume português: enfeitam suas ruas, colocam flores, folhagens ornamentais e as melhores colchas e cortinas nas janelas para a procissão passar.
No cortejo, em várias cidades históricas mineiras, há a presença das Irmandades com suas respectivas opas, crianças vestidas de anjos, coroinhas e o padre, com sua capa de asperge carregando a custódia com a Hóstia Consagrada, sob o pálio, acompanhado pela banda de música. Normalmente, o pálio é composto de seis varas cinzeladas em prata, com a cobertura de pano adamascado, bordado com fios de ouro.
Durante o percurso, é feita a montagem de um altar, onde o padre faz a elevação do Santíssimo Sacramento. A banda de música dá o toque do Hino Nacional, e então, começa o foguetório.
Atualmente, em várias cidades, a comunidade católica faz tapetes de serragem colorida, pó de café, raspa de couro, cal e flores abordando temas litúrgicos, como por exemplo, os símbolos da Páscoa (cálice, uva, trigo, carneirinho, círio pascal). Os já famosos e tradicionais tapetes dão às ruas um colorido especial e atraem a atenção não só da comunidade local, como também de turistas, que visitam as cidades durante o feriado de Corpus Christi.
A genuflexão é um hábito comum entre os católicos. Ao entrar em uma Igreja, o fiel sempre observa se, ao lado do sacrário há uma lamparina de vidro vermelho acesa (óleo e o pavio), em recipientes cuja forma é variada. A lâmpada acesa lembra ao fiel católico que a genuflexão com um só joelho deve ser feita pois, Jesus está presente na Hóstia Consagrada, dentro do sacrário.
Atualmente, para evitar incêndios nos templos religiosos, as administrações têm utilizado lâmpadas vermelhas pequenas, para demonstrar a presença de hóstias consagradas no local.
Nas cidades históricas em que os templos matrizes têm seus horários de visitação turística, o Santíssimo Sacramento é recolhido para um cômodo dentro do templo, que foi transformado em Capela do Santíssimo Sacramento.
Em algumas igrejas mineiras os fiéis são adeptos ao costume da Adoração Perpétua ao Santíssimo Sacramento. Na capital, a Adoração é realizada próximo à Catedral da Boa Viagem. Já em São João del-Rei, a Adoração Perpétua ao Santíssimo Sacramento acontece próximo à Igreja de São Francisco de Assis.
Quando o Santíssimo Sacramento está exposto em uma custódia, o fiel deve ajoelhar-se com os dois joelhos, curvar-se e tomar seu lugar, falar baixo e acompanhar as orações que são feitas pelos Grupos de Guarda ao Santíssimo Sacramento. Normalmente as pessoas dizem ao chegar: “Graças e louvor seja a todo o momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.”