Existem inúmeras definições de Folclore e, em todas elas, se confere ao povo uma importância fundamental. E, em verdade, ele a possui.
- Porém, quem é esse povo que faz ou utiliza os bens folclóricos ou é portador de folclore? - Todos nós!
- Será o Folclore símbolo dos pobres e dos analfabetos? - Não!
- Serão também portadores de folclore os intelectuais ou eruditos? - Sim!
A palavra "povo" pode dar margem a toda espécie de interpretação. Em relação a ciência folclórica, povo é um todo - conjunto de indivíduos integrantes de uma dada cultura, situado em um ambiente geograficamente determinado - sem distinção ou determinação por classes, grupos sociais, políticos ou econômicos.
Partindo desta premissa, todos nós somos, querendo ou não, parte do povo e, portanto, produtores e consumidores de cultura, cujos aspectos tradicionais, funcionais e de domínio coletivo denominamos Folclore.
O Folclore não é símbolo de pobreza, nem de propriedade particular de uma camada fixa ou pré-determinada da população, ainda que seja entre a parcela da população com menos oportunidades de acesso ao conhecimento erudito e às informações veiculadas e /ou adquiridas através das instituições escolares, religiosas e políticas que o encontramos. Este segmento é que cultiva, mais intensamente, a maioria dos fatos e dos bens folclóricos, não porque quer, mas de maneira natural e com a mesma razão pela qual os pássaros cantam.