Bernardo Joaquim da Silva Guimarães
Cronologia
Nasceu: 15 de agosto de 1825
Faleceu: 10 de março de 1884
Filiação: Joaquim da Silva Guimarães e Constança Beatriz de Oliveira
Natural de Ouro Preto/MG
Formação
Bacharel em Direito, Faculdade de Direito de São Paulo - 1847
Atividades
Juiz - Estado de Goiás
Professor da cadeira de retórica e poética - Liceu Mineiro de Ouro Preto
Professor de latim e francês - Queluz (atual Conselheiro Lafaiete) /MG
Jornalista do jornal Atualidade - 1859
Contista e poeta
Trajetória de vida
Casou-se em 15 de agosto de 1857 com Teresa Maria Gomes Guimarães e teve oito filhos.Era um boêmio, famoso pelos ditos humorísticos e adorava ludibriar os amigos.A obra mais conhecida é Escrava Isaura. Registra-se que Bernardo Guimarães produziu muitas poesias obscenas.
Principais obras
Cantos da Solidão (1852)
Poesias (1865)
O Ermitão do Muquem (1871)
Lendas e Romances, (1871)
O Garimpeiro e O Seminarista (1872)
O indio Afonso (1873)
A Escrava Isaura (1875)
Novas Poesias (1876)
Maurício (1877)
A Ilha Maldita O Pão de Ouro (1879)
Rosaura, a Enjeitada (1883)
Folhas de Outono (1883).
Homenagem / Título / Prêmio
Em 1881, é homenageado pelo imperador Dom Pedro II.
Bernardo Guimarães é o patrono da Cadeira Nº 5 da Academia Brasileira de Letras. Atualmente, a cadeira é ocupada pela escritora Raquel de Queiroz.
Fragmentos de alguns poemas
À sepultura de um escravo
"Também do escravo a humilde sepultura
Um gemido merece de saudade:
Uma lágrima só corra sobre ela
De compaixão ao menos....
Filho da África, enfim livre dos ferros
Tu dormes sossegado o eterno sono
Debaixo dessa terra que regaste
De prantos e suores.
Certo, mais doce te seria agora
Jazer no meio lá dos teus desertos
À sombra da palmeira, não faltara
Piedoso orvalho de saudosos olhos
Que te regasse a campa;
Lá muita vez, em noites d'alva lua,
Canção chorosa, que ao tanger monótono
De rude lira teus irmãos entoam,
Teus manes acordara:
Mas aqui - tu aí jazes como a folha
Que caiu na poeira do caminho,
Calcada sob os pés indiferentes
Do viajor que passa (...)"
O nariz perante os poetas
"Cantem outros os olhos, os cabelos
E mil cousas gentis
Das belas suas: eu de minha amada
Cantar quero o nariz
Não sei que fado mísero e mesquinho
É este do nariz
Que poeta nenhum em prosa ou verso
Cantá-lo jamais quis.
Os dentes são pérolas,
Os lábios rubis,
As tranças lustrosas
São laços sutis
Que prendem, que enleiam
Amante feliz;
É colo de garça
A nívea cerviz;
Porém ninguém diz
O que é o nariz
Beija-se os cabelos,
E os olhos belos,
E a boca mimosa,
E a face de rosa
De fresco matiz;
E nem um só beijo
Fica de sobejo
Pro pobre nariz;
Ai! pobre nariz,
És bem infeliz!(...)"