Lagoa Dourada – a terra do rocambole! Esta é a fama da cidade que já se tornou parada obrigatória dos turistas que circulam pelo Circuito Trilha dos Inconfidentes.
O povoamento local começou por volta de 1625, quando a bandeira comandada por Oliveira Leitão descobriu ouro nas águas de uma pequena lagoa. Por volta de 1717, a região já estava bem povoada e o arraial foi se formando com a chegada de novos aventureiros. Em 1734, Dom Frei Antônio de Guadalupe ergue, então, uma capela dedicada a Santo Antônio. Em 1750, o arraial é elevado a “Distrito da Paz”. Em 1832, o nome original de Alagoa Dourada é alterado para Lagoa Dourada, uma referência à lagoa ali existente, muito rica em ouro.
Após o esgotamento das jazidas auríferas, o arraial buscou alternativa na agricultura, principalmente, no milho e na produção do leite. Em 1892, o distrito passou a pertencer a Prados, e em 1911, foi finalmente emancipado.
De seu passado colonial, Lagoa Dourada preserva, na sede, alguns casarões e igrejas com expressivos fragmentos da arte colonial mineira. O acervo de imaginária é notável. A Igreja Matriz de Santo Antônio e a Igreja do Senhor Bom Jesus compõem o tradicional cenário urbano das aconchegantes cidades do interior de Minas. Acompanhando a subida para a Igreja do Senhor Bom Jesus, estão painéis com os passos da Via Sacra aplicados em graciosas muretas construídas de tijolinhos. Na Semana Santa, comunidade e visitantes participam ali dos rituais religiosos da Paixão de Cristo.
A Estrada Real corta o município em seu perímetro urbano. Mas, é na zona rural que Lagoa Dourada preserva preciosos marcos de seu passado. Com tantas fazendas históricas, Lagoa Dourada, no contexto do Circuito Turístico Trilha dos Inconfidentes, atenta-se para o seu grande potencial no segmento do Turismo Rural. Dentre as propriedades rurais mais importantes historicamente, destacam-se: a Fazenda do Engenho Grande dos Cataguases, do Capão Seco, da Pedra, dos Melos, da Boa Esperança, do Monte Alegre e as duas com o nome de Boa Vista.
A Fazenda do Engenho Grande dos Cataguases é famosa pelo seu interessante acervo de objetos do século 18 e 19 e utensílios indígenas e por ser o berço do jumento da raça Pega, reconhecida oficialmente e difundida em todo território nacional por gerar animais resistentes e dóceis. Após vários anos de persistência e estudos, essa raça foi desenvolvida pelo Coronel Eduardo José de Rezende, então, proprietário da fazenda. Foi lá, também, que o Imperador D.Pedro II se hospedou em sua última visita à região.
A topografia privilegiada proporciona caminhadas prazerosas por estradinhas bucólicas em meio a reservas ainda virgens da Mata Atlântica. Algumas cavas da Estrada Real levam até mirantes com 360°, ideais para se admirar memoráveis paisagens da região, principalmente quando o sol está se pondo. Há, ainda, trilhas intactas por onde passaram os índios cataguases, com vestígios das ocas e tabas de sua aldeia que era próxima à cidade. O lindo recanto onde fica a Lagoa do Tanque Grande, de origem vulcânica, também está às margens dessa trilha.
O município possui a maior pecuária leiteira da Região do Campo das Vertentes e é forte produtor de hortigranjeiros. Mas, a comunidade é habilidosa na produção de licores, vinhos e doces caseiros, que também recheiam os famosos rocamboles. De fato, os deliciosos pães de ló recheados de doces variados fazem jus à fama. Passar por Lagoa Dourada significa provar e comprar rocamboles para levar. Essa receita, que vem sendo passada de geração em geração, tem os segredos que lhe garantem o irresistível sabor.
O artesãos da cidade expõem seus produtos na Associação Comunitária de Artesanato de Lagoa Dourada – Acoarte, situada na Praça do Rosário. Eles utilizam palha, linhagem, folhas de bananeira e madeira para criar interessantes peças rústicas. O destaque é para os bonecos de linhagem em tamanho natural, mas produzem também bordados, tricô, crochê, esculturas e pinturas em madeira.
Quanto aos eventos, duas festas mobilizam a cidade: a Festa de Santo Antônio, em 13 de junho, que tem boa participação das comunidades rurais, e a Exposição Agropecuária com a Festa do Peão Boiadeiro, na primeira semana de agosto, que confirma a tradição agropecuária do município.