O município é privilegiado com belíssimas paisagens, rica biodiversidade e altitudes que alcançam até 1.784 metros na Serra da Mantiqueira. Um dos mais belos parques de Minas Gerais está localizado em suas terras – o Parque Estadual do Ibitipoca. As Serras Lima Duarte, da Cachoeira Alegre, Negra, Cruz e Boa Vista abrigam grutas e cachoeiras e são consideradas locais adequados para a prática de ecoturismo e turismo de aventura. A natureza forte e exuberante em Lima Duarte ofereceu um dos cartões-postais da região, o pico do Pão de Angu.
A mineiridade pulsa forte em Lima Duarte, com a celebração de festas religiosas nas antigas capelas dos distritos e dos povoados, com cantorias de viola e a culinária saborosa, representada pelo pão de canela.
O calendário de eventos da cidade é bem animado. No primeiro semestre acontece: Carnaval, Ibiti Reggae - abril e o Encontro de Cavaleiros - junho. No mês de julho é a vez dos festivais: Inverno, Gastronômico e o Ibitipoca Jazz Festival. Ibitipoca Blues e Ibitipoca off Road são os eventos marcantes de agosto. Em setembro, tem Exposição Agropecuária. Para encerrar o ano: Aniversário da Cidade - outubro, Gincana - novembro e as comemorações do final do ano em dezembro.
A mais antiga referência sobre o local onde hoje é o município de Lima Duarte fala sobre a descoberta de ouro no rio do Peixe, nos últimos anos do século 17, pelo padre João Faria Filho, vigário de Taubaté e um dos pioneiros dos descobrimentos na região de Ouro Preto. Os primeiros habitantes dessa terra foram os índios araris, na Serra de Ibitipoca. No Vale do Rio do Peixe moravam os cachines, e, ao sul, os pitas.
Bento Corrêa de Souza Coutinho comunicou a descoberta ao Governador Geral do Brasil na Bahia, Dom João de Lencastre, através de carta de 29 de julho de 1694. Todas as descobertas no período geravam corridas de aventureiros para o local e consequentemente o início de povoamento.
No século 18, a Zona da Mata Mineira era considerada pela administração portuguesa “terra proibida” para a colonização, que a viam como um local para desvio da mão de obra e investimentos da região das Minas, além da preocupação de coibir o “descaminho do ouro”, ou seja, o contrabando.
Apesar da proibição em 1715, dezenas de pessoas já habitavam a região de Ibitipoca, pagando onerosos tributos à Fazenda Real pela posse de extensas glebas, datas minerais e escravos, parte do processo colonizador.
Na década de 1780, o governador Dom Rodrigo José de Menezes visitou a área do rio do Peixe e concedeu datas e sesmarias. Consequentemente, a Coroa Portuguesa passava a receber mais impostos. Em um documento, D. Rodrigo fala sobre a proibição de povoamento.
Se se tivessem observado as provisões de 1720 e 1733, em que se funda a mesma provisão (declaração de área proibida para a Mantiqueira) e outras [...] estariam as Minas na sua primeira infância. Não haveriam (sic) Goiases, Paracatu, Campanha do Rio Verde, Minas Novas d’ Araçuaí e outros distritos de menor ponderação (Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais, 1995).
A povoação surgida no local ganhou o nome de Rio do Peixe. O primeiro templo religioso foi construído nas terras doadas por Dona Inácia Maria d’Assunção, que era casada com José Delgado Mota.
No ano de 1839, a povoação foi elevada a distrito de paz. Em 27 de julho de 1859, foi criada a freguesia de Nossa Senhora das Dores do Rio do Peixe. Pela Lei Provincial nº 2.804, de 3 de outubro de 1881, foi criado o município do Rio do Peixe, o que elevava, consequentemente, a povoação à categoria de Vila, anexando ao novo município as freguesias de Conceição de Ibitipoca e Santo Antônio de Olaria.
Com a justificativa de “livrar nosso adorado monarca da coação em que o tem posto a oligarquia dominante”, aconteceu em Minas Gerais, em 1842, a Revolução Liberal.
Um dos episódios do conflito se deu no Rio do Peixe; Antônio Feliciano Pinto Coelho da Cunha, o barão de Cocais, comandava tropas rebeldes a caminho do litoral com o objetivo da tomada do poder, mas o marechal de campo Luís Alves de Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias, cercou as tropas rebeldes. O local, às margens do rio do Peixe, onde a tropa do governo imperial realizou os exercícios de maneabilidade de armas, ficou conhecido por “Manejo”, nome que permanece até os dias de hoje.
Três anos depois, no dia 29 de dezembro de 1884, Rio do Peixe foi elevado à categoria de cidade, com o nome de Lima Duarte, em homenagem ao conselheiro José Rodrigues de Lima Duarte, político de Barbacena, que ocupou os seguintes cargos: ministro da Marinha no gabinete Saraiva (1880-1882), senador, conselheiro de Estado e deputado. Em 1889, ele foi agraciado com o título de visconde de Lima Duarte.
As famílias que mais contribuíram para a solidificação do crescimento da Vila do Rio do Peixe foram: Senra, Moreira Miranda, Otaviano, Lima, Almeida, Sales, Roiz da Silva, Mattos, Pereira, Rocha, Oliveira, Marques. Mas as três famílias mais numerosas inspiraram os espirituosos versos do poeta Belmiro Braga, que se segue.
“Eu não sei se me enganam
Ou se estou sendo enganado;
Aqui, quem não é Paiva é Duque,
Quem não é Duque é Delgado.”