Mariana, chamada de "berço da civilização mineira", foi a 1ª capital, a 1º vila, a 1ª sede de bispado e a 1ª cidade de Minas Gerais. Hoje, é guardiã de uma importante parte do patrimônio cultural e histórico de Minas Gerais. Nada melhor do que andar por suas ruas para descobrir o discreto charme desta cidade setecentista através de seus casarões, cada um mais bonito que o outro. A casa do Barão do Pontal, por exemplo, encanta a todo visitante com suas belas sacadas em pedra sabão. A Catedral da Sé e a Igreja de São Francisco de Assis guardam primorosos trabalhos da arte colonial mineira.
A história de Mariana remonta ao século 17. O povoamento local começa quando uma bandeira chefiada pelo Coronel Salvador Fernandes Furtado de Mendonça chega à região em 16 de julho 1696 e se instala junto a um ribeirão que acaba recebendo o nome de Ribeirão do Carmo, justamente por ser aquele o dia dedicado a Nossa Senhora do Carmo. O ribeirão se revelou pródigo em ouro e ali se iniciaram os trabalhos de mineração. Foi devido a este fato que, em 1979, a lei nº 561 instituiu o dia 16 de julho como "Dia de Minas Gerais".
O primeiro local onde os bandeirantes se instalaram ficou conhecido como Mata-Cavalos. Ali, os dois anos seguintes foram calamitosos e a fome fez com que esses primeiros mineradores abandonassem o arraial. Em 1700, ocorre um retorno às minas, mas, no final de 1701, elas acabam sendo novamente abandonadas.
É só por volta de 1703 que o Arraial do Carmo, então definitivamente instalado em outro local, começa a se desenvolver. Com o final da Guerra dos Emboabas, em 1709, o arraial foi escolhido para sediar capital da Capitania de São Paulo e Minas. Assim, a futura cidade de Mariana se tornava a 1ª capital.
Em 1711, D. João V envia uma ordem ao governador da capitania, D. Antônio de Albuquerque Coelho e Carvalho, determinando que escolhesse três povoados para serem elevados à vila. O primeiro povoado escolhido foi o do Ribeirão do Carmo, no qual D. Antônio residia. Com isso, em 8 de abril de 1711, Mariana se tornava a primeira 1ª Vila de Minas.
Em 1720, como consequência da Sedição de Vila Rica, a Vila do Ribeirão do Carmo deixou de ser a capital. A sede da Capitania das Minas passou a ser em Vila Rica, hoje Ouro Preto.
Em 1745, D.João V, como Grão-mestre da Ordem de Cristo, cria o Bispado de Mariana e dá origem, assim, ao 1º bispado mineiro. O primeiro bispo de Mariana, Dom Frei Manuel da Cruz, veio transferido do Bispado de São Luis do Maranhão. Para recepcionar o bispo, a cidade preparou a magnífica festa do "Áureo Trono Episcopal", a segunda maior festa realizada em Minas no período colonial. No mesmo dia, a vila foi elevada à cidade, se tornado a primeira e única cidade de Minas no período colonial. O nome para a nova cidade foi escolhido pelo monarca português em homenagem a sua esposa, D. Mariana d'Áustria.
A Igreja Católica, um dos pilares da sociedade mineira do século 18, teve em Mariana, portanto, o seu grande esteio, com o bispado e o seminário fundado por Dom Frei Manuel da Cruz. Mas, a cidade é importante também por ser a terra de mineiros que se destacaram ao longo da história, como Cláudio Manuel da Costa , Frei Santa Rita Durão , Manoel da Costa Ataíde , Salomão de Vasconcelos, Diogo Luiz Pereira de Vasconcelos e Pedro Aleixo. As ruas do centro histórico testemunham seu passado influente. No século 20, no ano de 1945, a cidade recebeu o título de Monumento Nacional.
Como um local que ainda mantém grande tradição religiosa, algumas manifestações são marcantes e de suma importância para a comunidade: procissões, novenas, festas dos padroeiros, Semana Santa, Festa do Divino, Corpus Christi e Adoração do Santíssimo. Entre outras manifestações culturais típicas, Mariana mantém o Zé-Pereira da chácara e o Boi-da-manta, Congado, Malhação de Judas, Pastorinhas e Folia de Reis.
Os produtos caseiros são reconhecidos pela qualidade e podem ser encontrados nos diversos distritos e povoados, como doces, queijos, açucares, milho, quitandas e artesanato. Os destaques na produção variam conforme o lugar:
Monsenhor Horta: cachaça.
Camargos: sabão de coadra, doces, licores e artesantos.
Furquim: goiabada, cachaça e artesanato em madeira, como gamelas, colheres de pau e pilões.
Águas Claras: queijo e cachaça.
Cachoeira do Brumado: arte, artesanato e cachaça.
Bandeirantes: mel, leite e artesanato.
Padre Viegas: tapetes de pita, bordados, crochês, taquara, esculturas em cedro e pinho. (Secretaria Municipal de Mariana)
Enfim, se o roteiro é cultural, Mariana é ótima referência.