“Quando ao meio-dia saímos da mata, seguindo ao longo de um lago, apresentou-se-nos a Serra do Itambé e nela, à margem do rio, o arraial do mesmo nome, situado a 1.990 pés acima do nível do ar. Tratamos de subir, nessa mesma tarde, a montanha íngreme, para não pernoitarmos nesta região úmida, de neblinas.” (Spix e Martius)
O nome do descobridor das minas na região do Itambé do Mato Dentro é incerto. A tradição fala de Romão Gramacho, que teria até mesmo construído uma capela em homenagem a Nossa Senhora de Oliveira, hoje já desaparecida. Outros bandeirantes teriam sido os pioneiros das descobertas de ouro no local, Félix Pereira da Rocha, Diogo de Braga, Manuel Pereira de Castro, Lourenço Henriques do Prado.
Uma curiosidade sobre Itambé é que se editou, nesse município, o sétimo jornal da Província de Minas Gerais no ano de 1831. O periódico chamava-se “Liberal do Serro”, cujo editor responsável era um ourives chamado Geraldo Pacheco de Melo. Ele próprio fundiu os tipos e fez o serviço tipográfico.
O arraial teve vários nomes – Itambé, Nossa Senhora da Oliveira do Itambé, Itacuru. Em 1953, o local trocou o nome de Itacuru para Itambé do Mato Dentro. O município foi criado em 1962.
Itambé – ita-aimbé – aembé, segundo o estudioso de língua Teodoro Sampaio, significa “pico agudo”. Não se deve confundir Serra do Itambé com o famoso Pico do Itambé, situado nos municípios de Santo Antônio do Itambé, Serro e Serra Azul de Minas.
Bucólica! Essa é a palavra que descreve Itambé do Mato Dentro. A tranquilidade dos moradores, seja da sede do município, seja dos povoados, revela um estilo de vida cada dia mais raro. Talvez o alento venha da exuberância das pedras da Serra do Espinhaço, conjugadas com a abundante vegetação.